
Quem é o covarde?
Definição.
Covarde: 3. Desleal, traiçoeiro. Covardia: 2. Ato desleal que atinge apenas os mais fracos.
(FERREIRA, Aurélio B de H. Miniaurélio Século XX1 Escolar. RJ: Nova Fronteira,
2001.).
Para a psicologia, a covardia, em suma, é uma das facetas da falha de
comportamento humano: inseguros, medrosos, egocêntricos, etc.
A Dra. Adriana Nogueira no blog psicologia
dialética, ressalta sobre os covardes o seguinte: “cansados e lentos sob o peso
de tanto pensar e fantasiar, estes indivíduos têm uma particular atração para
criticar quem ousa agir, ora expondo seus raciocínios "lógicos e
sensatos", ora semeando dúvidas insidiosas que atacam a auto-estima
alheia. [...] Enquanto o covarde tem baixa auto-estima, o corajoso não pensa
demasiadamente em si. Ele enxerga além. Se parasse para considerar todos
os pequenos interesses de seu próprio ego, o corajoso perderia
o impulso do moto progressivo e naufragaria rapidamente.”
Ghandi já dizia: " um covarde é incapaz de demonstrar amor..."
Covarde não é somente uma
pessoa, insegura medrosa, que não tem coragem para enfrentar seus medos e
fantasmas. Numa análise pessoal de vida, penso que o covarde é um ser amargo,
solitário, derrotista, invejoso, dissimulado, fingido, autodestrutivo e
traiçoeiro. Às vezes, se mostra como inimigo velado, que não mostra a cara.
Para aparecer de bonzinho aos olhos da sociedade ou comunidade em que vive.
Em todos os segmentos da vida, na sociedade, existiram, existem e
sempre vão existir os covardes. São como ervas daninhas que crescem e sugam a
seiva das plantas viçosas e florescentes, até que elas morrem secas,
apodrecidas. O covarde é como a sanguessuga que se nutre das ideias, virtudes
ou fracassos de outras pessoas. E, não raramente, se intitulam dono da ideia de
outrem.
O covarde, apesar de seu
espaço adquirido, não tem convivência segura e duradoura no grupo social. A
qualquer hora, ele pode romper os laços que o seguram naquele grupo.
Mas, a pior característica do covarde é sua tendência consciente ou
inconsciente para a deslealdade. Os covardes não são de confiança, embora estejam no
contexto social em que vive e não podem ser isolados, são sempre policiados. São
aqueles que, via de regra, produzem vazamentos de segredos pessoais,
industriais, empresariais, etc. Os que atacam a dignidade de uma pessoa, sem se
importar com os resultados maléficos que possam produzir. E em alguns casos,
conscientemente, agem somente para terem a satisfação de rirem ou tripudiarem
sobre a pessoa atingida.
Covarde é aquele que concorda com a maioria e depois, entretanto, fala
mal por trás, do projeto alheio. Critica o colega, o líder, o patrão, o chefe,
mas sempre que pode dá “tapinhas nas costas”, chama para comer junto, e até
quer fazer “selfies” com eles, para postar nas redes sociais. A hipocrisia, o
fingimento é sua marca registrada.
Não vou entrar no mérito teológico. Todavia, o que dizer de Judas
Iscariotes, que no prato comia com Jesus e o traiu com um beijo. E ainda
Absalão que roubava o coração do povo, á revelia do velho rei Davi, seu pai. E
Jacó que enganou seu velho pai Isaque, na busca da bênção da primogenitura. E
os fariseus e saduceus que, sempre tentavam pegar Jesus em alguma fraqueza. Podemos
apontar Diótrefes, que João Apóstolo, em sua 3ª carta, reclamou que ele queria
roubar o seu lugar como Primaz da Igreja.
O covarde, se ver alguém começar a crescer, prepara ciladas ferinas
contra ele, espalhando boatos caluniosos, sem ter a decência de conferir se o
fato é verdadeiro, consumido pela inveja por não ter o talento e a capacidade
que o outro tem.
Todavia, os covardes, dificilmente, enganam por muito tempo, logo são
descobertos. No entanto, o covarde não tem vida longa, por serem
autodestrutivos. Eles acabam por sentir a foice da morte muito cedo. E neste
caso, não precisa ser morte física. Falo de suicídio social. Eles se
autodestroem com seus artifícios, fantasias e malefícios. Isolam-se, aniquilam-se
do grupo social em que vive. Seja no trabalho secular, na comunidade de amigos,
ou na igreja. Os covardes pensam que enganam alguém, escondendo-se atrás da
cortina de fumaça da hipocrisia. Ledo engano. É por pouco tempo, logo a máscara
cai.
Tenho percebido, nesse tempo de parca experiência, que em alguns
casos, os covardes são migratórios. Acabam o seu malfadado “serviço” em um
lugar ou grupo social, onde deixam o ambiente em que viviam, quase ou todo
destruído, e saem para procurar outro ambiente onde possam proliferar as suas
nefastas atitudes, fruto de sua falha de comportamento.
Não tenho, com este artigo, o objetivo colocar “carapuça” em quem quer
que seja. Contudo, meu desejo é ajudar o ledor a fugir deste comportamento
pernicioso e maligno. Seja natural, seja você mesmo. Trabalhe com os seus próprios talentos, dons, capacidades e habilidades e verá que "o vosso trabalho tem uma recompensa".
Uma pergunta: será que tem este
tipo de comportamento no segmento cristão ou religioso?
Ah...! Que Deus nos livre da maligna,
perniciosa e diabólica covardia!