Na década de 70 existia um slogan do Governo Federal que dizia: "a união faz a força".
O que acontece com os crentes da atualidade? Claro, que não se espera voltar aos padrões da primitiva igreja. Porém, aos princípios, sim! Entretanto, quando se fala em amor nos cultos, em comunhão, cai uma gélida friagem sobre os crentes. Você não ouve um "AMÉM" ou "ALELUIA", ou ainda, "TRANSFORMA-ME SENHOR". " TE ADORO SENHOR, POR ESTA PALAVRA" Por que? Respondo: somos deficitários do amor e da comunhão. Legados primordiais da união. Continuaremos nanicos espirituais, porque torcemos contra, ou, puxamos ao contrário. É preciso mudança em nós. Olhar de Reino e não de "trono". Estamos pensando, primeiramente em nós e depois, se der, no OUTRO.
Não se ouve mais testemunhos de irmãos que foram tocados pelo amor de Deus para realizar tal e tal tarefas. E quando alguém é tocado, o outro carnal diz: - "está querendo se aparecer". Não se compartilham uns com os outros. Não há comunhão. Não há união. A Bíblia diz enfaticamente: "comunicai com os santos as vossas necessidades". (Romanos 12.13). Comunicar, falar entre si, comungar. Este é o sentido. No caso, as necessidades, não são somente as famélicas, mas também, as espirituais, as pessoais, as sentimentais. Todavia, o problema está "no santo" a quem se comunga ou comunica. O "santo" ao invés de ir orar, passa para outro "santo", que tem um terceiro "santo" amigo e, ai vira uma colcha de retalhos.
Pensando nisso, criei o verbo "ovelhar". O que é isso? É a comunicação, a conversa de ovelha - o balido de crente. Você não encontrará este verbo em gramáticas ou dicionários, mas uso aqui para dizer que as ovelhas do Senhor Jesus Cristo precisam aprender a ovelhar mais. Em retiros, passeios, um dia só pra andar e conversar uns com os outros. Aproveita, chega um pouco mais cedo ao templo, antes do horário do início do culto divino, e compartilhe aquele sorriso, aquela experiência (fofoca não, vamos combinar), as animações e expectativas, as bênçãos e vitórias. Inclusive, os problemas e aflições que nos sobrevêm. Evidente que, na hora do culto a que se reverenciar o divino. Na hora da evangelização, dos culto ao ar-livre a que se promover o Evangelho.
No entanto, ovelhar faz parte da sociologia de grupo, em que as pessoas integrante daquele convívio social compartilhem entre si, comunguem-se os assuntos mais diversificados, desde que não firam a ética cristã. O pensamento está no coletivo, pensamento grupal. No dizer da educadora Hanna Arendt: visa atender O OUTRO e as suas necessidades. (Faz me lembrar as aulas de Sociologia, dos temos da faculdade, com a querida prof. Inês Rezende rsrsrsrs).
Nesse caso, é o ponto culminante, a comunicação entre grupos sociais na igreja. O OUTRO é o mais importante do que eu. Este deve ser o apogeu do pensamento social. E é na igreja que deveria ser o lugar de refúgio, de afago, de demonstração de afeto. Alguns, pela sua carência ou pela síndrome da rejeição tem necessidade de ser visto, se ser notado. Não é "massagem de ego". Há casos que são complexos de inferioridade mesmo.
Se compreendermos essa realidade, aquilataremos o que o Senhor Jesus disse: "Portanto, tudo o que vos quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós, porque esta é a lei e os profetas." (Mateus 7.12). Assim, urge voltarmos, pois, aos princípios do amor, da comunhão e da união fraternais, até então, bem esquecidos.
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